segunda-feira, 15 de março de 2010

Portifólio Acadêmico

















Surrealismo

“ Nas duas primeiras décadas do século XX, os estudos psicanalíticos de Freud e as incertezas políticas criaram um clima favorável para o desenvolvimento de uma arte que criticava a cultura européia e a frágil condição humana diante de um mundo cada vez mais complexo. Surgem movimentos estéticos que interferem de maneira fantasiosa na realidade. O surrealismo foi por excelência a corrente artística moderna da representação do irracional e do subconsciente. Suas origens devem ser buscadas no dadaísmo e na pintura metafísica de Giorgio De Chirico.
Este movimento artístico surge todas às vezes que a imaginação se manifesta livremente, sem o freio do espírito crítico, o que vale é o impulso psíquico. Os surrealistas deixam o mundo real para penetrarem no irreal, pois a emoção mais profunda do ser tem todas as possibilidades de se expressar apenas com a aproximação do fantástico, no ponto onde a razão humana perde o controle. A publicação do Manifesto do Surrealismo, assinado por André Breton em outubro de 1924, marcou historicamente o nascimento do movimento. Nele se propunha a restauração dos sentimentos humanos e do
instinto como ponto de partida para uma nova linguagem artística. Para isso era preciso que o homem tivesse uma visão totalmente introspectiva de si mesmo e encontrasse esse ponto do espírito no qual a realidade interna e externa são percebidas totalmente isentas de contradições".

Autoras: Simone R. Martins e Margaret H. Imbroisi


PC

Depois da explicação do professor Mauricio ficou mas fácil entender sobre o surrealismo, Bom surrealismo e o que esta na mais profunda alma e colocado pra fora, desejo no ponto de Vista físico social desejo mas profundo.
O Superego é inconsciente, faz a censura dos impulsos que a sociedade e a cultura proíbem Ao Id, impedindo o indivíduo de satisfazer plena-mente seus instintos e desejos




RITMO















Ritmo

"Ritmo vem do grego Rhytmos e designa aquilo que flui, que se move, movimento regulado. O ritmo está inserido em tudo na nossa vida.
Nas artes, como na vida, o ritmo está presente. Vemos isso na música e no poema. Temos a nos reger vários ritmos biológicos que estão sujeitas a evoluções rítmicas como o dos batimentos cardíacos, da respiração, do sono e vigília etc. Até no andar temos um ritmo próprio".


CAMELO, PAULO. O ritmo no poema. Recife: Paulo Camelo, 2004.
BERGE, PIERRE. Dos ritmos ao caos. São Paulo: UNESP, 1996.


PC

O professor Alessandro explicou pra gente o que e ritmo e quais os tipos de ritmo,o ritmo pode ser dividido em 3 partes lento, moderado, rápido. Agora alguns exemplos de ritmo.

Ritmo individual Ex: o ritmo que cada um tem através da aprendizagem.
Ritmo potencial Ex: e o andar de cada um cada um anda de um jeito
Ritmo grupal Ex: movimentos de iguais ao mesmo tempo de forma coletiva, nado sincronizado
Ritmo mecânico Ex:ritmo de maquina
Ritmo disciplinado Ex: ele e pré determinado por outra pessoa exemplo aula de step
Ritmo cicardiano Ex: Quando estes ritmo seguem um ciclo de aproximadamente 24 horas, chamam-se circadiano.


Atividade Ritmica

Emile Jaques Dalcroze (apud Langlade & Langlade, 1970), um professor de solfejo e harmonia, no período de 1903 a 1910, fez nascer uma proposta de trabalho denominada “solfejo corporal musical”, na qual podia-se exteriorizar as emoções e gestos espontâneos através de vários ritmos. Desse método, surgiu a Rítmica.

Com essa metodologia o seu objetivo era desenvolver e harmonizar as funções motoras e regrar os movimentos corporais no tempo e no espaço, aprimorando o ritmo (Langlade & Langlade, 1970). Ou seja, ele desejava converter o corpo em um instrumento em que vibrase o ritmo.

Para Dalcroze, o fenômeno rítmico corporal é imprescindível como recurso educacional no desenvolvimento do ser humano. Ele entendia que graduações de tempo e de energia podem ser realizadas com o nosso corpo, e a sensibilidade de nosso sentimento musical depende da sensibilidade de nossas sensações corporais.

A atividade rítmica contribui para o estudo da relação ritmo-movimento e utiliza o corpo para expressar o desenvolvimento do ritmo inato e da espontaneidade dos movimentos

A música com pouco movimento rítmico elicia menos respostas dinâmicas do que a música na qual o movimento rítmico é ativo. Assim, é possível que os alunos entendam que o ritmo dá vida à música, e um sentido, ou sentimento do ritmo como força dinâmica facilita as interações da pessoa com a música, tanto como ouvinte, quanto como executante de movimentos.(Dalcroze apud Langlade & Langlade, 1970).






DANÇA














Rudolf Laban is




DANÇA

"As primeiras manifestações de dança segundo as Idades
A Dança nasceu da necessidade de expressar uma emoção, de uma plenitude particular do ser, de uma exuberância instintiva, de um apelo misterioso que atinge até o próprio mundo animal".

"A análise cronológica sintetiza o que foi explicitado nos capítulos anteriores, tendo sempre presente duas realidades até certo ponto antagônicas".

"A linguagem gestual imitativa (mimética) é a mais antiga forma de comunicação do ser humano, podendo remontar a milhares de anos em suas primeiras manifestações".

"Por primeiras manifestações, não devemos considerar somente as Idades, já que se registram no seio de australianos, africanos, neozelandeses, índios, entre outros, alguns povos que ainda guardam suas mais antigas manifestações".

"Considerando a tabela cronológica de Curt Sachs e juntando a ela as idades aproximadas de acordo com a Enciclopédia da Civilização e das Artes de B.M.Ugolotti, podemos dividir as primeiras manifestações de dança, em dados gerais, em seis períodos".

"Período paleolítico inferior - 1000.000 anos a.C. - primitiva cultura básica: dança circular sem contato".>

"Período paleolítico médio - 350.000 a 75.000 anos a.C. - culturas básicas médias: pigmeus (dança circular sem contato e danças animais) e pigmóides (dança circular sem contato e danças convulsivas)".

"Período paleolítico superior - 75.000 a 15.000 anos a.C. - últimas culturas básicas: tasmanóides e australóides (dança circular sem contato, danças animais, danças serpentinas e danças sexo-lunares)".

"Período mesolítico - 15.000 a 10.000 anos a.C. - primitivas culturas de tribo: totemistas (danças de máscara, danças animais, danças circulares com contato, danças sexuais masculinas) e primitivos agricultores (danças de máscara, danças circulares corais, danças lunares e danças fúnebres)".

"Período protoneolítico - 10.000 a 3.000 a.C. - culturas de tribo médias: cultura do animal de cornos (danças circulares, danças animais, danças de par) e última cultura agrícola (danças de vários círculos, homens e mulheres dançando em linhas opostas)".

"Período neolítico - até 1.000 anos a.C. - Idade do metal: senhorial e últimas culturas de tribo: campesina (danças mistas de pares, dança de abraço, dança de galanteio, dança do ventre)".

Autora: Caminada, Eliana.1999



PC

A dança e uma atividade ritmica quem tem relaçâo com o ritmo aprendisagem motora e desenvolvimento motor



Dança Moderna















Dança moderna

"As formas de representação precisavam ser renovadas e, por isso, os artistas do modernismo, desde o início do movimento, buscavam criar individualmente novos códigos, novas metáforas e novas linguagens. Temáticas anteriores escolhidas pelas artes tornaram-se inúteis para expressar as agruras do mundo moderno, com suas guerras, seus avanços científicos e sua urbanização. Mudar da cópia para a invenção e criar algo novo foram os princípios do movimento cultural do modernismo".

"A dança moderna utilizava-se de uma série de gestos e posturas expressivas facilmente identificáveis, legíveis para o espectador".

“A dança moderna, em relação à clássica, foi uma forma de libertação do bailarino, de expressar mais os sentimentos das pessoas e não apenas histórias”.


Dança Contemporânea
















"A dança contemporânea surge nos anos 60 nos EUA. Nasce no seguimento da dança moderna, na medida em que pretende também romper com os moldes rígidos da dança clássica".

"Constatou-se a compreensão do Ballet Clássico como dança-mãe, considerada base para qualquer outro tipo de dança, era consenso entre os profissionais da dança até o final século XX. Há um movimento cultural que entende que a dança contemporânea deva estar desvinculada da prática do Ballet Clássico, portanto que não há a necessidade da prática deste estilo para que se possa desempenhar de forma excelente uma obra de Dança Contemporânea".

"Antigamente as pessoas que faziam dança eram tidas como pessoas que tinham tempo de sobra, que não faziam nada da vida, que não precisavam estudar, consideradas pessoas desnecessárias à sociedade, com exceção do Ballet Clássico que era para a elite e assim era mais valorizado".

"A Dança Contemporânea vem modificando o conceito do que é dança e quebrando limites entre as artes. A essência dela constitui-se numa atitude, não mais apenas na expressão. Atitude advinda de muita pesquisa, através de laboratórios e de possibilidades de expressar essa visão de mundo, com todos os seus aspectos filosóficos, por bailarinos modificados. Bailarinos com diversos tipos de formação e inclusive até sem formação exclusiva em dança. Bailarinos com diferentes biótipos, não apenas os magros, os fortes e os ágeis. A parte cênica dos espetáculos de Dança Contemporânea apresenta uma infinidade de possibilidades: espetáculos sem música, sem luz, com pouca variedade de movimentos, com ou sem acessórios, com utilização de multimídia".

"A Dança Contemporânea tem permitido a influência de outras formas de movimento que não a dança. Estão presentes as artes marciais, o Yoga e alguns estilos esportivos. Descobre-se que dispondo de um maior repertório de informações (de movimentos e conhecimento) pode-se realizar uma dança com mais argumentos e disposição para demonstrar sua atitude perante a atualidade. A partir desta diversidade de informações, constroem-se novas formas de linguagem e técnicas. Técnicas estas definidas como sendo um método ou os detalhes de procedimentos essenciais para a competência na execução de qualquer arte (Cavalcante, 2000)".

"A dança moderna, em relação à clássica, foi uma forma de libertação do bailarino, de expressar mais os sentimentos das pessoas e não apenas histórias”.



CAVALCANTE, S. (2000). George Balanchine: a dança como ofício. Lições de dança 2. UniverCidade: Rio de Janeiro

DUARTE, M; O Que é dança contemporânea?. Jornalismo porto net. 2008.

MONTE, F. G; NASCIMENTO, J; Reflexões sobre as mudanças no contexto histórico da dança do século XX e a dança na atualidade. Revista Digital - Buenos Aires - Año 13 - Nº 127 - Diciembre de 2008

SNIZEK, A. B; A dança contemporânea carioca dos anos 1990: corpo, política e comunicação



APRENDISAGEM MOTORA













O que é aprendizagem motora?

Busca compreender como as pessoas adquirem habilidades motoras, como elas desenvolvem e usam tais habilidades em varias situações.

Habilidade motora - pressupõe ação voluntária do corpo ou de um segmento para seguir um objetivo.
EX: Caminhar, tocar violino, arremesso no basquete, cobrança de um penalti no futebol, etc..


Estagio Inicial de Aprendizagem

cognitivo (tentativa e erro)

associativo (Acertando)

Outônomo (Livre e Fácil)


Classificaçao da precisâo do movimento

Global(Grossa) musculos grande


Fina musculos pequenos



Tipos De Pratica

Pratica Randomica ex: ensinar um rolamento fazer o rolamento direto


Pratica Em bloco ex: Fazer o rolamento em pates colocar a mâo no chão depois a nuca e girar



Tipos de Habilidade motora

discreta ex: chutar um bola


seriada ex: escovar os dentes


continua ex: dirigir um automovel



Dimensôes aberta e fechada da habilidade

Habilidade fechada
Ambiente previsivel

Ginastica

Digitar

Cortar vegetais



Ambiente seprevisivel

caminhar na corda bamba

Dirigir um automovel

Atravessasr um rua



Habilidade abertas

Ambiente Imprevisivel

Futebol

Luta greco romana

Perseguir um coelho



Transferência De Informaçâo


Positiva: quando o praticante consegui transferir algo que ja sabe para algo que vai aprender


Negativa: quando o praticante não consegui tranferir a aprendizagem que ja teve para algo que vai aprender



Avaliaçâo de Aprendizagem


Aquisiçâo: conjunto de ensaio em sessões de pratica de uma habilidade


Teste de Retenção

Periodo de repouso ou sem pratica da habilidade em questão, no qual se avalia ofoi retido.


Tsste De Transferência

capacidade de execultar aq mesma habilidade altendo caracteristicas como tempo e intensidade, numa nova situção.




DESENVOLVIMENTO MOTOR
















desenvolvimento - adolescente; crescimento e desenvolvimento - adolescente

Informações:
IDADE: 12 aos 18 anos

TEORIA
Piaget (desenvolvimento cognitivo)-- Esta "Etapa de Operações Formais " é caracterizada por uma dependência cada vez menor de objetos e fantasias para considerar problemas e situações. O adolescente desenvolve a habilidade de abranger conteúdos puramente abstratos, como elevados conceitos matemáticos e filosóficos, assim como a habilidade de aprender como aplicar as informações gerais necessárias à adaptação, e as informações específicas necessárias para uma ocupação”.

“Erickson (desenvolvimento pessoal-social)-- Duas tarefas diferentes são identificadas por Erickson para a adolescência. A primeira é a "Identidade vs. Difusão de Papel", que exige do indivíduo questionar velhos valores sem a sensação de temor ou de perda de identidade, e movimentar-se gradativamente para uma compreensão mais madura de identidade e de propósito. A segunda tarefa, "Intimidade vs. Isolamento", é necessária para que o indivíduo prepare o caminho do estabelecimento e da manutenção de relacionamentos pessoais satisfatórios, pelo aprendizado de compartilhar a intimidade sem inibição ou temor”.

“Freud (estágios psicossexuais)-- O "Estágio Genital" se caracteriza por uma energia nova que rompe a estabilidade sexual reprimida da infância por meio de um foco novo e dinâmico voltado para as alterações físicas, e por uma mudança da indiferença sexual para relacionamentos mais íntimos e maduros, que podem incluir atrações sexuais”.

“Kohlberg (desenvolvimento moral)-- A "Moralidade pós-convencional" se desenvolve à medida que o adolescente começa a conceituar filosofias morais abstratas, incluindo direitos e privilégios. Um código moral mais sofisticado permite a diferenciação entre moralidade e legalidade”.

DESENVOLVIMENTO FÍSICO
“A adolescência se caracteriza por alterações físicas dramáticas que levam o indivíduo da infância para a maturidade física. No início, observam-se alterações pré-adolescência caracterizadas pelo aparecimento das características sexuais secundárias”.

As meninas começam a desenvolver as mamas entre os 8 e 10 anos, chegando ao desenvolvimento completo entre os 12 e 18 anos. O crescimento dos pêlos pubianos (assim como nas axilas e nas pernas) começa tipicamente entre os 9 e 10 anos, atingindo os padrões adultos de distribuição entre os 13 e 14 anos. A menarca (início dos períodos menstruais) ocorre, tipicamente, 2 anos após as alterações iniciais da pubescência, embora possa surgir antes dos 10 anos ou após os 15 anos; nos Estados Unidos a média é 12.5 anos. Entre os 9.5 anos e 14.5 anos ocorre, simultaneamente, um surto de crescimento rápido, cujo pico acontece por volta dos 12 ano.

Os meninos começam a perceber o aumento do escroto e dos testículos entre os 9 e 10 anos, seguido de perto pela extensão do pênis. O tamanho e a forma adulta dos genitais são atingidos por volta dos 16 a 17 anos. O crescimento dos pêlos pubianos (assim como nas axilas, pernas, peito e rosto) nos meninos começa geralmente aos 12 anos, chegando aos padrões adultos de distribuição por volta dos 15 a 16 anos, verificando-se também um crescimento concomitante em altura entre os 10.5 a 11 anos e depois entre os 16 a 18 anos, com um pico por volta dos 14 anos. Nos meninos a puberdade não está marcada por um incidente súbito, como é o caso do início da menstruação nas meninas. O aparecimento de emissões noturnas regulares ("sonhos úmidos"), que podem ocorrer a cada 2 semanas com a produção de fluido seminal, marca o início da puberdade nos meninos. Isto ocorre tipicamente entre os 13 e os 17 anos, com a média por volta dos 14.5 anos. As alterações de voz nos meninos ocorrem tipicamente paralelas ao crescimento do pênis, à ocorrência das emissões noturnas e o pico da estatura.

COMPORTAMENTO
As alterações físicas, súbitas e repentinas, que os adolescentes experimentam dão a este período do desenvolvimento um aspecto típico de auto-consciência, sensibilidade e preocupação sobre as mudanças do próprio corpo, e de comparações tormentosas entre si próprios e seus pares. As mudanças físicas nem sempre ocorrem de maneira sincronizada e, por isso, os adolescentes podem passar por estágios de inaptidão, tanto em termos de aparência como de mobilidade/coordenação física. Estados de ansiedade desnecessários podem surgir se as adolescentes não forem informadas e preparadas para a menarca (o início dos períodos menstruais) e se os meninos não receberem informações e preparo adequado para o início das emissões noturnas.

Durante a adolescência é normal que os jovens tenham e demonstrem a necessidade de se separarem dos pais e estabelecerem suas próprias identidades. Em alguns casos, as reações podem ser mínimas da parte dos envolvidos. Em algumas famílias, porém, podem surgir conflitos significativos entre os atos e gestos de rebeldia dos adolescentes e as necessidades dos pais de manterem o controle e de terem seus filhos se comportando como crianças obedientes.

À medida que os adolescentes se afastam dos pais em busca de sua própria identidade, o grupo de amigos assume um significado especial. Ele pode se tornar um céu "seguro", no qual o adolescente pode testar novas idéias e comparar seu próprio crescimento físico e psicológico. No início da adolescência, o grupo consiste, geralmente, de membros do mesmo sexo formando "panelinhas", gangues ou clubes. Esse membros tentam se comportar de modo semelhante, vestir-se da mesma maneira, desenvolver códigos secretos e rituais e participar nas mesmas atividades. À medida que os jovens entram na adolescência média (14 a 16 anos) e posterior, o grupo de expande para incluir membros do sexo oposto.

O período da adolescência média a posterior se caracteriza pela necessidade do estabelecimento da identidade sexual, quando o jovem fica à vontade com seu próprio corpo e sentimentos sexuais. Por meio da amizade com membros do sexo oposto, do namoro e da experimentação, os adolescentes aprender a expressar e a receber avanços íntimos e sexuais de maneira confortável e consistente com seus valores internos. Os jovens que não tenham a oportunidade de tais experiências podem enfrentar dificuldades para estabelecer relacionamentos íntimos na vida adulta.

Tipicamente, os jovens demonstram comportamentos consistentes com vários "mitos da adolescência":

o primeiro é o de que eles estão "em cena", com a atenção de todos constantemente centralizada em sua aparência ou ações. Esta preocupação se baseia no fato de que os adolescentes passam a maior parte do tempo pensando e se examinando a si mesmos, e que portanto é natural assumir que todas as pessoas também estão pensando neles e os observando todo o tempo. Na realidade, isto não acontece por que "todos os outros" (geralmente os pares) estão preocupados demais consigo mesmos e com seus próprios assuntos para se preocuparem com os assuntos dos outros. Este egocentrismo normal pode parecer (especialmente para os adultos) beirar à paranóia, ao narcisismo ou mesmo à histeria;
um outro "mito da adolescência" é aquele do "eu-indestrutível". Esta crença se alimenta da idealização de que "isso nunca vai acontecer comigo, só com os outros". Neste sentido, "isso" pode representar gestação ou contrair uma doença sexualmente transmissível após relação sexual sem proteção, provocar um acidente automotivo ao dirigir alcoolizado ou drogado, desenvolver câncer oral como resultado de mascar tabaco, ou qualquer um dos numerosos efeitos adversos de uma ampla faixa de comportamentos de risco.
SEGURANÇA
As questões sobre segurança do adolescente decorrem do desenvolvimento da força e da agilidade do jovem antes que sua habilidade para a tomada de decisões se desenvolva de modo satisfatório. A forte necessidade da aprovação dos pares, associada aos "mitos da adolescência" pode incentivar os jovens a tentar proezas perigosas e a participar em uma grande variedade de comportamentos arriscados.
Deve-se enfatizar as necessidades de segurança apropriadas aos veículos automotivos, focalizando principalmente os papéis do condutor, dos passageiros e dos pedestres, a influência do abuso de substâncias e a importância do uso dos cintos de segurança. Os privilégios associados aos automóveis e veículos de recreação motorizados devem depender da habilidade do adolescente em demonstrar uma base de conhecimentos adequada e o uso seguro desses veículos.

Os adolescentes que praticam atividades atléticas de recreação devem receber orientação adequada quanto ao uso de equipamento adequado, vestuário ou equipamento de proteção, instalações de segurança, regras adequadas de desempenho seguro da atividade e abordagens racionais às atividades que exigem níveis avançados de habilidade.

Os jovens precisam ter a consciência alerta para os perigos potenciais, incluindo-se a morte súbita, que podem ocorrer não só com o abuso regular de substâncias, mas também com o uso experimental de drogas e de álcool.

Os adolescentes autorizados ou que tenham acesso a armas de fogo precisam aprender sobre o manuseio correto, a segurança e as questões legais associadas a essas armas.

Se os adolescentes se mostram isolados de seu grupo, desinteressados na escola ou nas atividades sociais, ou se demonstram uma redução súbita de desempenho relacionado à escola, trabalho ou esportes, pode ser necessária uma avaliação psicológica. Muitos adolescentes se encontram em risco maior para uma quadro de depressão e de suicídio em potencial por causa das pressões e dos conflitos que podem surgir em suas famílias de origem, na escola ou nas organizações sociais, e também nos relacionamentos íntimos.

CONSELHOS AOS PAIS
Em geral, os adolescentes exigem privacidade no que diz respeito às alterações que estão ocorrendo em seus corpos. O ideal seria permitir que o adolescente tivesse seu próprio quarto, mas se isso não for possível, deve-se providenciar algum espaço privativo.

Da mesma forma, caçoar de um adolescente por causa das mudanças físicas pelas quais ele (ela) está passando não é uma atitude apropriada, pois pode provocar embaraço e constrangimento.

Os pais devem estar cientes de que o interesse do adolescente pelas mudanças corporais e sexuais é natural e normal do desenvolvimento e não indica, necessariamente, uma tendência à atividade sexual. Deve-se cuidar para não considerar comportamentos instintivos emergentes como "errados", "doentios" ou "imorais". Os adolescentes podem experimentar ou considerar uma ampla faixa de orientações/comportamentos sexuais antes de decidir sobre sua própria identidade sexual.

Durante a adolescência é comum o reaparecimento do complexo de Édipo (a atração que a criança sente pelo genitor do sexo oposto). Pais saudáveis lidam com esta situação observando as mudanças físicas e a atração da criança e orgulhando-se do desenvolvimento da criança em direção à maturidade sem ultrapassar os limites do relacionamento apropriado entre eles e a criança. É normal que os pais considerem o(a) adolescente atraente, particularmente se o(a) jovem for parecido(a) com o pai (ou a mãe) na juventude. Esta atração pode provocar um sentimento embaraçoso nos pais, mas deve-se cuidar para que não se crie uma distância entre eles e os jovens (o que poderá potencialmente criar no(a) jovem um sentimento de que algo está errado com ele (ou ela)). Da mesma forma, não é normal ou adequado que os pais tirem vantagem do interesse cada vez maior do adolescente pelo sexo com o objetivo de gratificação sexual para si mesmos (incesto).

A busca do jovem pela independência faz parte do desenvolvimento e não precisa ser considerada pelos pais como rejeição ou perda de controle. Para melhor beneficiar o jovem em crescimento, os pais precisam se manter como uma figura constante e consistente, disponíveis como uma estrutura ressonante às idéias da juventude mas sem dominar e atacar repentinamente a identidade emergente e independente do jovem.

Apesar de os adolescentes estarem constantemente desafiando as figuras de autoridade, eles precisam ou querem limites, pois isto representa uma fronteira segura na qual eles podem crescer e agir. Essa fronteira se refere a regras e regulamentos predeterminados e negociados com relação ao comportamento. Ao contrário, "conflitos de poder" surgem quando a autoridade está em jogo ou quando "estar certo" se transforma no conceito primário. Estas situações devem ser evitadas pois, no final, uma das partes (geralmente o jovem) é profundamente afetada, causando sensação de desprestígio e incentivando sentimentos de embaraço, falta de adaptação, ressentimento e amargura.

Os pais precisam estar preparados para, e reconhecer a ocorrência comum de conflitos que podem surgir nos relacionamentos com os adolescentes. A experiência pode estar influenciada por questões não resolvidas em suas próprias infâncias, assim como por questões não resolvidas na própria infância do adolescente. Os pais podem se preparar para terem sua posição de autoridade repetidamente desafiada à medida que a criança entra na adolescência e caminha nessa fase do desenvolvimento. A manutenção de linhas de comunicação abertas e limites ou fronteiras claramente definidos, embora negociáveis, podem ser úteis para minimizar os principais conflitos. A maioria dos pais manifesta uma sensação de mais sabedoria e auto-desenvolvimento à medida que lidam com os desafios que se apresentam na fase de criação de adolescentes”.





Desenvolvimento adulto

















“A vida adulta é entendida muitas vezes como uma fase de estabilidade, sendo mesmo essa estabilidade apresentada uma característica de maturidade. No entanto, a literatura mais relevante sobre a vida adulta mostra, ao invés, que esta fase é marcada por várias transições e transformações. Assim, ao longo deste artigo procura-se apresentar uma síntese da investigação sobre esta etapa da vida abordando os ciclos de vida, as perspectivas de desenvolvimento, e o processo de maturação do indivíduo. Assim, procura-se contribuir para um melhor conhecimento desta temática, como também para um maior interesse pela investigação nesta área”
RUI MANUEL MOURA (1999)


"Se na perspectiva das fases do ciclo de vida acentua-se uma sequência horizontal, onde as diversas fases não são apresentadas como um crescimento para a maturidade ou sabedoria; a investigação dos estádios de desenvolvimento apresentam uma progressão de níveis numa linha vertical, ou seja, cada estádio é qualitativamente melhor e superior ao que lhe antecede. Esta perspectiva considera que o indivíduo está em crescimento contínuo, desde formas simples de vida até formas mais complexas, ou seja, da imaturidade até à maturidade.
Erikson (1963, 1976) dedicou-se ao estudo do desenvolvimento da personalidade, tendo o seu trabalho tido uma grande influência e impacto nos estudos posteriores do desenvolvimento humano. Para este autor o desenvolvimento da personalidade prolonga-se ao longo da vida, interessando apenas na abordagem deste trabalho os estádios da personalidade na vida adulta (cf. quadro). Cada uma das etapas, ou estádios, “relaciona-se sistematicamente com todos os outros e que todos eles dependem do desenvolvimento adequado na sequência própria de cada item” (1976, p. 93). Cada fase é caracterizada por uma crise psicossocial a qual é baseada no crescimento fisiológico, bem como nas exigências colocadas ao indivíduo pelos outros (pais e/ou sociedade): “cada um chega ao seu ponto de ascendência, enfrenta a sua crise e encontra a sua solução duradoura pelos métodos aqui descritos, ao atingir a parte final das fases mencionadas.” (1976, p. 93).

A primeira etapa que marca o início da vida adulta é a crise da intimidade. Intimidade significa capacidade de intimidade sexual, pois agora a genitalidade desenvolve-se com vista à maturidade genital (ou seja, íntima mutualidade sexual), mas significa também “a capacidade para desenvolver uma autêntica e mútua intimidade psicossocial com uma outra pessoa, seja na amizade, em encontros eróticos ou em inspiração conjunta.” (1976, p. 126). O perigo desta etapa é o isolamento, que significa a incapacidade de correr riscos para a própria intimidade, muitas vezes devido ao medo das consequências dessa mesma intimidade (filhos, responsabilidades familiares, etc.). A verdadeira intimidade só é possível se o indivíduo já tiver desenvolvido a sua identidade (estádio anterior à intimidade). “Se continuarmos o jogo de formulações ‘Eu sou’, no caso ‘para além da identidade’ teremos de mudar de linguagem. Pois agora o incremento de identidade baseia-se na fórmula ‘Nós somos o que amamos’.” (1976, p. 138).

A etapa da generatividade é a fase da maturidade da pessoa humana. “A generatividade é, pois, de modo primordial, a preocupação em estabelecer e orientar a geração seguinte.” (1976, p. 138). No entanto, o facto de se ter ou querer ter filhos não significa automaticamente generatividade. O conceito de generatividade inclui a capacidade de produtividade e criatividade da pessoa na relação consigo própria e com os que a rodeiam. Generatividade significa, pois, capacidade de ir para além dos interesses pessoais, de ir para além das certezas pessoais. O perigo desta etapa é exactamente esse, a que Erikson denomina de estagnação. “Sempre que tal enriquecimento falha completamente, ocorre uma regressão e uma necessidade obsessiva de pseudo-intimidade, por vezes, com um difuso sentimento de estagnação, tédio, depauperamento interpessoal.” (1976 p. 138-139).

Finalmente, a última etapa corresponde ao culminar do progressivo amadurecimento da pessoa humana: a fase da integridade. Este crescimento permite ao indivíduo ser capaz de aceitar o seu ciclo vital e daqueles que se tornaram significantes ao longo desse mesmo ciclo. Na integridade, a pessoa não receia encarar todo o seu ‘caminho percorrido’, levando-o a compreender o percurso das pessoas que acompanharam o seu ciclo de vida, “livre do desejo de que eles fossem diferentes, e uma aceitação do facto de que a vida de cada um é da sua própria responsabilidade.” (1976, p. 140). O perigo desta etapa reside no desespero: “ a sorte não é aceite como estrutura de vida, a morte não como sua fronteira finita.” 1976, p. 140). Assim, o desespero manifesta o facto de o indivíduo sentir que o tempo é demasiado curto para voltar a recomeçar a sua vida com vista a encontrar rumos alternativos para a integridade
Loevinger (1976) apresenta o conceito de desenvolvimento do ego que fornece um quadro de referência sobre a forma do sujeito se ver a si próprio e aos outros (cf. quadro). Para esta autora, os estádios mais baixos correspondem a uma perspectiva individualista e egoísta do eu. A fase consciente corresponde ao ‘início’ da capacidade crítica de se auto-julgar e avaliar. Nos estádios seguintes o indivíduo vai-se tornando mais autónomo, com capacidade de se dar conta da complexidade do mundo que o envolve. Neste modelo de desenvolvimento, a sucessão de etapas é marcada pela passagem de um forma simples e estereotipada de pensamento, para a capacidade de se estar ciente das múltiplas e diferentes possibilidades de visões acerca da sociedade e acerca de si próprio; ou seja, nos últimos estádios está-se ao nível do pensamento pós-formal, já referido anteriormente"
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RUI MANUEL MOURA (1999



Desenvolvimento Idoso










"No caso das pessoas idosas, a importância da atividade física é grande e deve ser avaliada em vários aspectos".

· "Profilaxia de doenças: Evidentemente continuam sendo úteis todos os efeitos salutares da atividade física, mesmo quando a pessoa nunca foi ativa. A partir do momento em que a pessoa inicia a atividade física, começam a melhorar os seus fatores de risco para doenças crônicas".

· "Tratamento de doenças: Quando já existem doenças estabelecidas como artrose, diabetes, osteoporose ou hipertensão, a atividade física pode ser um importante recurso auxiliar no tratamento".

· "Melhora da qualidade de vida: Uma boa qualidade de vida é entendida do ponto de vista orgânico como a condição de conseguir realizar os esforços da vida diária e não apresentar grande quebra de homeostase durante as atividades. O sedentarismo prolongado que ocorre em muitos idosos leva à uma diminuição gradativa de todas as qualidades de aptidão física, comprometendo a qualidade de vida. Do ponto de vista psicológico a atividade física pode ajudar no combate à depressão, atuando como um catalisador de relacionamento interpessoal, produzindo agradável sensação de bem estar, e estimulando a autoestima pela superação de pequenos desafios".

"A escolha da atividade física para pessoas idosas é um aspecto mais complexo do que no caso de pessoas mais jovens. Considerando que muitos idosos são sedentários há muitos anos, a perda de aptidão costuma impossibilitar muitas atividades que poderiam ser prazerosas para a pessoa. Por outro lado, a possível presença de osteopenia, artrose, instabilidades articulares, aterosclerose, diabetes e hipertensão arterial também limita a escolha da atividade física, devido ao risco de intercorrências patológicas. No caso de idosos muito debilitados, o simples caminhar pode representar uma atividade de risco devido à possibilidades de quedas. Por estas razões, os programas sistematizados de condicionamento físico, adequados para casos individuais, podem ser a melhor opção para a atividade física de idosos".

"Os programas de condicionamento físico para idosos devem ser delineados considerando-se a eficiência, a segurança e os aspectos motivacionais".


· "Eficiência: Os exercícios que melhor estimulam o aumento da massa óssea, aumento da massa muscular, e aumento da mobilidade articular são os mais eficientes para idosos".

O aumento da massa óssea diminui a probabilidade de fraturas.

"O aumento da massa muscular tem vários benefícios: eleva a taxa metabólica basal, facilitando a redução do tecido adiposo; aumenta a quantidade de tecido com sensibilidade à insulina aumentada e portanto captador de glicose; aumenta a proteção de articulações anatomicamente instáveis por sedentarismo, processos degenerativos ou inflamatórios, diminuindo as dores; diminui a possibilidade de quedas por facilitar a recuperação postural nas situações de desequilíbrios do corpo; possibilita a realização de tarefas comuns que exigem força muscular, como levantar de cadeiras, subir escadas e deslocar objetos pesados; diminui a freqüência cardíaca e a pressão arterial durante os esforços da vida diária. Este último efeito se deve a que pessoas mais fortes utilizam menor número de fibras musculares para realizar as atividades físicas, fazendo com que seus esforços sejam sempre de menor intensidade do que os esforços de pessoas mais fracas, nas mesmas tarefas".

"O aumento da mobilidade articular permite a realização de atividades comuns da vida diária, freqüentemente impossibilitadas nos idosos sedentários por diminuição da flexibilidade".

· "Segurança: Os exercícios utilizados precisam ser basicamente seguros do ponto de vista musculo-esquelético e cardiovascular.
A segurança musculo-esquelética é assegurada por exercícios compatíveis com as amplitudes articulares encontradas, e que não levem aos fatores de risco para lesões anteriormente citados".

"A segurança cardiovascular depende de que os exercícios não aumentem excessivamente a freqüência cardíaca ou a pressão arterial".


· "Motivação: Para garantir a motivação os exercícios devem ser agradáveis, sem desconforto articular ou respiratório. Para a maioria das pessoas é estimulante a conquista de pequenos desafios, o que também reforça o sentimento de progresso. A interação interpessoal deve ser possível".

"Classicamente os programas de condicionamento físico para grupos especiais utilizam exercícios aeróbios, que são atividades de baixa intensidade relativamente prolongadas. Isto sempre se justificou pelo fato de que nos exercícios mais comuns como correr, pedalar e nadar, que são realizados de forma contínua, as atividades de alta intensidade implicam em maiores velocidades de movimentos e maiores freqüências cardíacas, aumentando os fatores de risco para intercorrências patológicas tanto musculo-esqueléticas como cardiovasculares".

"No entanto, a grande eficiência em estimular a massa muscular e óssea apresentada pelos exercícios localizados com carga, chamados genericamente de exercícios resistidos e geralmente realizados com pesos, chamou a atenção de pesquisadores para a possibilidade de sua utilização em promoção de saúde, particularmente no caso de idosos onde a osteopenia e a sarcopenia são importantes. Esta idéia foi estimulada pela constatação de que a mobilidade articular geralmente limitada dos idosos também melhorava rapidamente".

"Resistência natural à esta proposta ocorreu devido à que os exercícios com pesos são anaeróbios de alta intensidade, e também devido ao conhecimento de que a pressão arterial pode aumentar excessivamente nesses exercícios. No entanto, os estudos realizados com critérios científicos para esclarecer o assunto documentaram não apenas a eficiência mas também a segurança dos exercícios com pesos bem orientados para idosos, pessoas debilitadas ou doentes. Verificou-se que os inconvenientes dos exercícios de alta intensidade somente são válidos para os exercícios contínuos. Mais recentemente, as evidências epidemiológicas de que não apenas os exercícios aeróbios produzem efeitos salutares como pensavam alguns, vem estimulando a utilização dos exercícios resistidos em programas para promoção de saúde, não apenas em reabilitação geriátrica".

"Com relação à segurança músculo-esquelética dos exercícios resistidos, alguns aspectos atualmente documentados são relevantes: a intensidade alta é dada pelo aumento da resistência aos movimentos e não pelo aumento da velocidade, o que evita vários fatores de lesão; os pesos ou outras formas de resistência aos movimentos constituem sobrecargas de treinamento com ampla margem de segurança, apenas apresentando efeitos lesivos quando excessivos e impeditivos dos movimentos biomecanicamente corretos, o que é facilmente identificado em treinamento; os pesos nos aparelhos podem ser adequados sem dificuldades aos níveis de força das pessoas, e podem induzir esforço menor do que suportar o peso do próprio corpo para caminhar; a amplitude dos movimentos pode ser facilmente adequada às limitações articulares apresentadas; os movimentos são lentos e cadenciados, sem mudanças de velocidade ou direção, sem risco de quedas ou de trauma direto".

"A boa margem de segurança cardiovascular dos exercícios resistidos está atualmente documentada e se deve à vários fatores: a pressão arterial somente apresenta elevações perigosas quando ocorre a contração muscular máxima, que tende para a isometria em apnéia, o que é facilmente evitado em treinamento; nas repetições que antecedem a contração muscular máxima a pressão arterial aumenta dentro dos limites de segurança para a maioria das pessoas; em relação aos exercícios contínuos, o maior aumento da pressão arterial diastólica durante os exercícios com pesos contribui para aumentar o fluxo coronariano para o miocárdio; a determinação das cargas de treinamento mais eficientes pode ser feita por tentativas sucessivas, sem testes de carga máxima, embora se saiba que geralmente correspondem à 80 % do peso possível para uma repetição; estes níveis de carga geralmente permitem cerca de oito repetições, e sem a contração muscular máxima produzem aumento discreto da freqüência cardíaca. Assim sendo, o duplo produto (pressão arterial sistólica x freqüência cardíaca) no treinamento com pesos é baixo, já tendo sido documentado que o treinamento esportivo com pesos apresenta menor estresse cardiocirculatório do que o caminhar rápido em plano levemente inclinado".

"Atualmente os programas de condicionamento físico para idosos estão enfatizando cada vez mais os exercícios resistidos. Numerosos trabalhos documentam rápida melhora em aptidão física para a vida diária, na composição corporal e na taxa metabólica. Recente trabalho documentou que idosos que envelheceram correndo ou nadando apresentaram o mesmo nível de hipotrofia muscular de idosos sedentários, enquanto que idosos que envelheceram treinando com pesos apresentaram níveis de massa muscular compatíveis com os de pessoas muito mais jovens. Sabe-se que a hipotrofia muscular de idoso ocorre nas fibras brancas, não estimuladas pelos exercícios aeróbios. Aspecto que vem sendo muito valorizado é a grande oportunidade de socialização proporcionada pelas sessões de exercícios com pesos. Isto se deve à que os exercícios, embora individuais, são realizados em grupos, onde cada pessoa se sente companheira da outra, com um objetivo comum que é o treinamento. Os exercícios não produzem sensação de cansaço respiratório e são interrompidos para intervalos de descanso, favorecendo a interação verbal entre as pessoas".

"Ainda no campo da investigação, estão sendo estudados atualmente os possíveis benefícios do treinamento com pesos em reabilitação cardíaca. A idéia não é fortalecer o coração com este tipo de exercício, mas sim protege-lo. Muitas vezes um coração doente pode não responder ou não suportar o treinamento aeróbio clássico. O fortalecimento dos músculos esqueléticos com exercícios resistidos suaves e gradativos diminui a solicitação cardíaca durante as atividades da vida diária, pelo mecanismo da diminuição da intensidade relativa dos esforços, com importante efeito na qualidade de vida e na profilaxia de intercorrências patológicas".

Eduardo Gobeth